Você sabe a diferença entre medo, fobia e ansiedade?
- Lorraine dos Santos Braz
- 23 de ago. de 2021
- 4 min de leitura
Medo x ansiedade
O Medo é uma resposta biológica do organismo desenvolvida através da evolução, e serve para manter o organismo protegido diante de uma ameaça, a fim de garantir a sobrevivência deste. Em outras palavras, o Medo é um sentimento produzido pela percepção de um perigo iminente ou presente, em que foi identificado algo no ambiente que acendeu o estado de alerta no organismo.
A Ansiedade é um sentimento produzido pela incerteza de que o perigo existe, é estar em alerta antes mesmo do perigo se fazer presente. Sentir medo e ansiedade são reações necessárias para a sobrevivência do indivíduo, mas sentir em grandes quantidades pode ser prejudicial.
Mas quando eu sei que minha ansiedade é prejudicial?
A ansiedade é prejudicial quando se torna um problema no dia a dia, quando você deixa de fazer algo por conta da Ansiedade. Por exemplo: você deixa de apresentar o trabalho de escola porque não consegue falar em público, não vai viajar a trabalho porque tem pavor de andar de avião, etc. Essa é a hora exata de buscar um profissional para ajudá-lo, pois o quadro se torna patológico e passa a ser um grande desafio conviver com a Ansiedade.
O que são fobias específicas?
Dentro dos quadros da ansiedade estão as fobias específicas. Fobia específica é quando se tem medo de um determinado objeto ou ambiente de forma exagerada. Por exemplo, um medo extremo de baratas ou de falar em público. As pessoas que têm fobias específica evitam situações específicas que desencadeiam a Ansiedade.
A fobia específica atinge 20% da população mundial e segundo o Instituto Nacional de Saúde Americano é o tipo de transtorno de ansiedade mais comum no mundo. De acordo com a OMS, o Brasil é o país mais ansioso da América latina. Só aqui, 13% das pessoas são acometidas com a fobia social, que é uma fobia específica que atinge, só no Brasil, 26 milhões de pessoas.
Aqui vão algumas das fobias específicas mais comuns no mundo
#1 – Fobia social
Fobia social ou sociofobia é o medo irracional de ser julgado, analisado e rejeitado em situações de convívio social. O indivíduo com fobia social sente irritabilidade e angústia a ponto de não conseguir lidar bem com elas e isso afetar a sua vida.
#2 – Claustrofobia
É a fobia de ambientes fechados. Entrar em locais pequenos e fechados se torna impossível para o indivíduo claustrofóbico. Ela incapacita o indivíduo a entra em elevador, avião, carro, ônibus lotados e, até mesmo, de realizar exames como o de ressonância magnética.
#3 – Agorafobia
Nesse caso, o indivíduo sente um medo excessivo e irracional de permanecer em um local, seja aberto ou fechado, com uma multidão. A pessoa se sente insegura e constrangida, podendo resultar em um ataque de pânico.
#4 – Aracnofobia
O medo de ser picado ou tocado por uma aranha pode levar ao descontrole e a uma crise de pânico. A causa pode estar ligada a um evento aversivo ou até mesmo ser hereditário.
#5 – Zoofobia
O medo que envolve todos os animais, de uma maneira geral. Cobras ou até cães podem desenvolver sentimentos de pavor e incontroláveis. A zoofobia é mais comum em mulheres do que em homens e pode ser desenvolvida muito cedo.
#6 – Nictofobia
É o medo do escuro, muito comum em crianças pequenas, mas na medida que a criança vai se desenvolvendo o medo vai desaparecendo. A pessoa que possui a nictofobia nesse caso pode apresentar o medo de escuro na idade adulta se não tratado. A pessoa sente-se extremamente insegura e amedrontada em locais escuros e de difícil visibilidade. Normalmente, essa fobia está ligada a um evento aversivo da infância.
#7 – Acrofobia
É o medo de lugares altos, olhar pela janela de um prédio pode ser algo impossível para quem sofre dessa fobia. Até mesmo a simples tarefa de descer de uma escada pode provocar tontura e vertigem no acrofóbico.
#8 – Glossofobia
É o medo de falar em público, quando se trata de uma palestra ou apresentação que envolve uma grande audiência. O nervosismo diante de um público desconhecido e extenso é algo normal que logo passa, mas, para o fóbico, é uma situação extremamente aversiva.
#9 – Hematofobia
É o medo de sangue e tudo que envolve ele, podendo ser agulhas, cortes, exames, etc. Em alguns casos, até mesmo hospitais, clínicas ou de uma cadeira de dentista. Alguns indivíduos até podem desmaiar em contato com o sangue.
#10 – Aerofobia
A aerofobia é o medo de voar de avião e, por isso, as pessoas sofrem durante todo o trajeto. O medo já começa com bastante antecedência. Normalmente, a pessoa apresenta sintomas típicos da fobia alguns dias antes do embarque.
Quais são os sintomas mais comuns num quadro de fobias específicas?
Os sintomas são:
Sentimento de pânico incontrolável,
Terror ou temor em relação a uma situação irracional diante de um objeto específico, evitar contato com o objeto temido,
Problemas de normalidade por causa de um medo irracional,
Acometimento de reações físicas e psicológicas, como sudorese, taquicardia, dificuldade para respirar, sensação de pânico, ansiedade intensos,
Falta de controle do medo que sente diante do objeto temido mesmo sabendo que é inofensivo.
E agora que me identifiquei com fobia específica, o que faço?
O próximo passo é buscar ajuda de um profissional qualificado para atuar nesse processo, que seria o psicólogo e o psiquiatra. O psicólogo é o profissional capaz de aplicar técnicas para que o indivíduo deixe de apresentar o comportamento fóbico, e o médico é o que entrará com o tratamento medicamentoso.
Dentro da psicologia existem várias abordagens, uma das mais eficazes e comprovadas cientificamente é a abordagem das terapias comportamentais. Ela ajuda a entender quando e onde o medo foi instalado e ajuda a mortificar o comportamento através do método de dessensibilização sistemática, na qual o psicólogo ajudará o indivíduo a desemparelhar o emparelhamento que aconteceu no passado. Em outras palavras, através de técnicas, o psicólogo ajuda o paciente a desenvolver novos repertórios diante do objeto fóbico.
Por isso é sempre bom procurar ajuda de um profissional qualificado ou até mesmo o uso de medicamentos no tratamento. Para isso, o indivíduo deve procurar um psiquiatra, relatar os sintomas e o profissional deve avaliar qual medicamento que será tomado nesse processo. É importante ressaltar que o tratamento deve ser em conjunto com as sessões de psicoterapias, onde as técnicas serão aplicadas em conjunto para uma melhor eficácia do tratamento.
Quanto tempo dura a terapia para a fobia?
Depende do processo do organismo de cada indivíduo. Uns podem ser mais rápidos e outros mais demorados, pois também se conta o quanto o indivíduo está disposto nesse processo para eficácia do tratamento. Quanto mais comprometido com a mudança que estiver o indivíduo, mais o processo se torna eficaz.
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